O amor entre Richard Batista e sua esposa foi levado ao limite - literalmente. Em 2001, o médico norte-americano tomou uma decisão que parecia o ápice da dedicação: doou um de seus rins para salvar a vida da mulher. Mas anos depois, a relação azedou e o casal enfrentou um divórcio conturbado. Revoltado com a separação e alegando ter sido traído, Batista decidiu tomar uma atitude extrema: exigiu na Justiça que a ex devolvesse o rim ou lhe pagasse uma indenização de US$ 1,5 milhão.
A história, digna de um roteiro de filme, ganhou repercussão mundial e levantou questões éticas e legais sobre até onde alguém pode ir para reaver algo que um dia foi doado. O tribunal, no entanto, foi categórico: órgãos humanos não são bens patrimoniais e, portanto, não podem ser "devolvidos" ou ter seu valor financeiro estimado.
Além da suposta traição, Batista afirmava que a ex-mulher o impedia de ver os três filhos do casal, o que o levou a tornar o caso público. “Este é meu último recurso”, afirmou na época. A ex-esposa negou qualquer infidelidade, enquanto o fisioterapeuta citado na acusação recorreu à Justiça para defender sua reputação.
Embora tenha ocorrido há mais de 15 anos, a história continua a despertar curiosidade e debate. Afinal, até onde vai o direito de quem doa algo tão essencial quanto um órgão? O caso de Batista mostrou que, na visão da Justiça, o corpo humano não é um objeto de barganha, reforçando que a doação é um ato irreversível e baseado em altruísmo – e não em expectativas futuras.
No fim, a ex-esposa manteve o rim e Batista ficou apenas com a frustração.
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