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Exportações de tabaco caem em volume, mas crescem em receita em 2024

Setor enfrenta desafios logísticos, mas mantém otimismo para 2025

05/02/2025 às 07h00
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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As exportações de tabaco brasileiro registraram uma queda de 11,10% em volume em 2024, totalizando 455.221 toneladas, abaixo da média histórica de 500 mil toneladas anuais. Apesar da redução, a receita dos embarques cresceu 9,08%, alcançando US$ 2,977 bilhões, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC/ComexStat) divulgados pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco).

O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, destacou que a queda no volume exportado já era esperada e ficou dentro da projeção feita pela consultoria Deloitte, que previa uma redução entre 15% e 10,1%. Segundo ele, a estiagem e as enchentes no Rio Grande do Sul impactaram a safra 2023/24, mas o desempenho do setor foi positivo. O executivo ressaltou ainda que problemas logísticos globais impediram que toda a safra fosse embarcada dentro de 2024, o que reduziu o faturamento esperado de US$ 3 bilhões.

Thesing apontou que as dificuldades logísticas têm se intensificado nos últimos anos devido a conflitos internacionais e gargalos no transporte marítimo, como os atrasos no Canal do Panamá e no Mar Vermelho. O dirigente afirma que, caso não houvesse esses entraves, as exportações poderiam ter ultrapassado US$ 3,3 bilhões. A elevação das cotações globais do tabaco também contribuiu para o aumento da receita, impulsionada por perdas de produção em países africanos, enquanto a demanda global se manteve forte.

O cenário do comércio internacional traz incertezas para o setor. A possibilidade de que Donald Trump, caso eleito, imponha tarifas às importações de produtos brasileiros preocupa as indústrias de tabaco, já que os EUA são o terceiro maior importador do produto nacional. Por outro lado, a ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia beneficiaria o setor, eliminando as tarifas de importação que o tabaco brasileiro paga para entrar no mercado europeu, diferentemente do produto de países africanos.

Para 2025, o setor se mantém otimista, apesar da possível redução dos preços globais, já que países afetados por problemas climáticos devem recuperar sua produção. Thesing prevê que a safra brasileira fique entre 650 mil e 700 mil toneladas e que, com o embarque dos volumes represados, a receita volte a alcançar a marca de US$ 3 bilhões. Entre os principais mercados do tabaco brasileiro em 2024, Europa e Extremo Oriente lideraram com 34% do total exportado, seguidos por África/Oriente Médio (15%), América do Norte (9%) e América Latina (8%). Bélgica, China e Estados Unidos continuam no topo da lista de importadores, representando grande parte do faturamento do setor.

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