A estiagem que atinge a região Sul do Brasil tem provocado impactos significativos na produção de soja e milho, elevando os preços dos grãos no mercado internacional. A falta de chuvas no Rio Grande do Sul, um dos principais polos agrícolas do país, já levou analistas a reverem as projeções de safra para 2025.
Na última semana, os futuros da soja avançaram 2,1%, com o contrato para março de 2025 fechando a US$ 10,55 por bushel. O mercado segue pressionado pela incerteza climática na América do Sul, principalmente na Argentina, que reduziu sua estimativa de produção devido à seca prolongada. No Brasil, uma revisão oficial dos números está prevista para este 3 de fevereiro, com expectativa de queda na produção gaúcha.
O milho também registrou valorização no mercado internacional, fechando a US$ 4,865 por bushel (+0,5%). A alta foi impulsionada pelo enfraquecimento do dólar e pela menor oferta argentina, mas o preço encontrou resistência ao se aproximar de US$ 5,00 por bushel. Já no Brasil, o milho negociado na B3 caiu 2%, fechando a R$ 75,15 por saca, pressionado pela valorização do real.
Os agricultores do Sul enfrentam prejuízos com perdas na lavoura e aumento nos custos de produção. Por outro lado, produtores de outras regiões podem se beneficiar da alta nos preços, assim como exportadores que negociam em dólar. A tendência de alta no mercado global preocupa ainda setores que dependem do milho e da soja, como a indústria de ração e o mercado de carnes, que podem repassar os custos ao consumidor final.
A seca no Sul do Brasil não apenas ameaça a renda dos produtores locais, mas também afeta a balança comercial do país e o preço dos alimentos. Com a produção comprometida, o mercado segue atento às próximas projeções e às condições climáticas das próximas semanas.
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