A recente queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente no Nordeste, seu tradicional reduto eleitoral, tem sido atribuída a diversos fatores econômicos, políticos e sociais. A inflação, que afeta diretamente o poder de compra da população, tem sido um dos principais motivos para o descontentamento. Produtos básicos como arroz, açúcar, café e carne registraram aumentos significativos nos últimos meses, impactando negativamente as camadas mais vulneráveis da sociedade.
Além disso, o aumento nos preços dos combustíveis em fevereiro agravou a situação, elevando os custos de transporte e pressionando ainda mais o orçamento das famílias. A classe média também sente os efeitos dessa alta, enfrentando dificuldades adicionais em suas despesas diárias.
Quase um mea culpa
Internamente, o governo tem sido criticado por não cumprir promessas de campanha, o que contribui para a percepção de falta de direção e planejamento. O próprio presidente reconheceu recentemente que os resultados negativos nas pesquisas refletem essa lacuna entre o prometido e o realizado. "Os números das pesquisas refletem o fato de que não estamos entregando o que prometemos", disse Lula mais de uma vez.
A raiz dos problemas
Problemas regionais, como a escassez de água no Nordeste devido ao fechamento das comportas da transposição do Rio São Francisco no início do governo, e mais recente a falta de socorro imediate e eficiente no Rio Grande do Sul, intensificam o descontentamento e o desgaste na popularidade e credibilidade de Lula e do governo. Medidas impopulares, como cortes em programas sociais e falta de transparência em determinadas decisões, e ainda, o decreto de sigilo de 100 anos sobre informações consideradas pessoais apesar de ter criticado Bolsonaro, também pesam na avaliação negativa da administração atual. Lula está escondendo inclusive informações sobre atos e ações envolvendo a primeira dama, Janja da Silva.
Pesquisas confirmam a rejeição de Lula no NE
Pesquisas recentes indicam um aumento na rejeição ao presidente na região Nordeste. De acordo com levantamento da Quaest divulgado em janeiro de 2025, a desaprovação de Lula no Nordeste subiu para 37%, enquanto a aprovação caiu para 60%, representando o pior desempenho desde o início do mandato.
Esse cenário coloca desafios significativos para o governo, especialmente considerando que o Nordeste foi crucial para a vitória eleitoral de Lula. A manutenção e reconquista do apoio nessa região serão fundamentais para a estabilidade política e para futuras disputas eleitorais.
Conclusão
Em suma, a combinação de fatores econômicos adversos, promessas não cumpridas e medidas impopulares tem contribuído para a deterioração da popularidade do presidente Lula, exigindo ações concretas e eficazes para reverter esse quadro. Trocando em miúdos a deterioração da imagem do governo nada tem a ver com comunicação mal elaborada. O que falta, na verdade, são ações positivas que convençam o eleitorado, mesmo aqueles que ao longo da trajetória política de Lula sempre o apoiaram, o sofrido povo nordestino.
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