O músico Reginaldo de Freitas Martins foi preso pela Polícia Civil do Piauí, nesta quarta-feira (2), suspeito de envolvimento no sequestro e assassinato do adolescente Carlos Alexandre Pereira de Sousa, de 14 anos. O crime, atribuído à facção criminosa Bonde dos 40, ocorreu no dia 26 de maio, quando o garoto foi abordado em via pública na Vila da Guia, zona sudeste de Teresina, e levado à força por criminosos armados. Dias depois, o corpo da vítima foi encontrado em avançado estado de decomposição no povoado Torrões, zona sul da capital, com um tiro na cabeça.
Embora não tenha participado diretamente da execução, o músico teve ligação crucial com o crime. Segundo as investigações, ele teria entregue sua caminhonete Nissan Frontier a um traficante conhecido como Francisco das Chagas Sousa, o “Rato”, em troca de drogas ou como forma de pagamento de dívida. O veículo foi então usado no sequestro, com a anuência de Reginaldo, que tinha conhecimento de que o carro vinha sendo utilizado em ações criminosas, segundo a polícia.
Além do músico, foram presos Mateus Vinícius Ribeiro dos Santos, conhecido como “Pé de Porco”; Michael Rodrigues de Freitas; e o próprio “Rato”. Os três são apontados como integrantes do Bonde dos 40. O delegado Jorge Terceiro, responsável pelo inquérito, afirmou que o crime teve motivação territorial, já que a vítima era moradora de um bairro sob domínio do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção rival.
Testemunhas relataram que o adolescente foi sequestrado de forma aleatória, apenas por estar em território considerado rival. Um adolescente que também integra a facção revelou à polícia detalhes do crime e apontou os autores. Segundo ele, ao avistar o menino, Michael teria dito: “Ele é do 15, é pra pegar ele”, dando início à ação criminosa.
As investigações apontam ainda que Mateus e Michael participaram de um arrastão em um restaurante no bairro Morada Nova, em 7 de junho, reforçando o histórico de crimes cometidos pelo grupo.
O delegado informou que a participação exata do músico ainda está sendo apurada, mas ele foi preso por envolvimento indireto no crime e pode responder por facilitação e colaboração com organização criminosa. A polícia investiga se Reginaldo teve outras ligações com atividades ilícitas promovidas pela facção.
O caso gerou forte comoção e evidenciou mais uma vez a brutalidade dos conflitos entre facções criminosas em Teresina, que vitimam inclusive pessoas sem histórico criminal, como foi o caso de Carlos Alexandre.
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