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Gorjeta ou Golpe? Quando um erro vira um pesadelo financeiro

Cliente tenta dar R$ 27 de gorjeta, é cobrada em R$ 27 mil e passa quase um ano lutando para reaver o valor. O que parece distração pode virar tragédia em tempos de tecnologia (e má-fé)

30/06/2025 às 06h00
Por: Douglas Ferreira
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A professora Linda Mathiesen demorou um ano para reaver o dinheiro - Foto: Reprodução
A professora Linda Mathiesen demorou um ano para reaver o dinheiro - Foto: Reprodução

Um erro de centavos. Um prejuízo de milhares. Uma luta de quase um ano.
Foi assim que a professora Linda Mathiesen, moradora da Califórnia, viveu um verdadeiro pesadelo financeiro ao tentar realizar um gesto simples: dar uma gorjeta de US$ 5 (cerca de R$ 27). O que ela não esperava era que, por um erro de digitação — trocando o ponto pelo que deveria ser uma vírgula — o sistema da loja registrasse uma “generosidade” de US$ 5 mil, o equivalente a cerca de R$ 27 mil.

O caso ocorreu na loja San Bruno Exotic, onde a consumidora comprava um gel para dores musculares. Com o balcão alto e a maquininha fora do campo de visão adequado, ela teve dificuldade para verificar o valor digitado e só percebeu o erro após a transação ser concluída.

A resposta do atendente foi um balde de água fria: "não sei como reverter isso". Pior: a loja, inicialmente, não reconheceu o erro. Linda recorreu ao seu banco, denunciou o caso, insistiu, esperneou — e ainda assim precisou de quase um ano inteiro para reaver seu dinheiro.

Enquanto isso, a loja manteve o valor recebido, como se fosse parte do faturamento normal. Só depois de um longo processo, e da constatação por parte do banco de que houve um erro claro, o valor foi estornado.

Nas redes sociais, a indignação foi imediata. Internautas lembraram que honestidade básica deveria ter resolvido o caso em segundos: “A atendente da cafeteria me perguntou se eu queria mesmo dar uma gorjeta de US$ 10. Disse que não. Ela cancelou, e pronto. Isso é ser humano, não só funcionário”, comentou um usuário no Reddit.

O alerta é claro:
Vivemos numa era onde máquinas substituem olhares, e a boa-fé nem sempre está incluída no pacote de serviços. Pequenos descuidos, como um ponto no lugar da vírgula, podem custar caro — e se o outro lado não estiver disposto a agir com ética, a dor de cabeça se multiplica. A tecnologia pode facilitar, mas também amplifica os erros — e os oportunistas.

Fica o aviso: verifique cada valor antes de confirmar uma transação, por menor que pareça. E, principalmente, não presuma que todos agem com o mesmo senso de justiça que você. Porque entre uma gorjeta generosa e um golpe travestido de distração, a linha é tênue.

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