A autorização judicial para a extração dos dados do celular de Leonardo Araújo Meira, estudante de Enfermagem preso com R$ 3,5 milhões em cocaína no Piauí, pode se tornar uma peça-chave no desmantelamento de uma rede de tráfico interestadual de drogas. O conteúdo armazenado no aparelho tem potencial de revelar a estrutura, os contatos e as ramificações do esquema no qual Leonardo estaria envolvido.
As autoridades do DRACO pretendem, com a análise do celular, acessar mensagens de texto, ligações, registros de geolocalização, interações em redes sociais e arquivos multimídia. O foco está em descobrir:
Quem são os mandantes do tráfico;
Se Leonardo atua sozinho ou como parte de uma célula estruturada;
A frequência das operações de transporte de drogas;
Pagamentos, transferências ou comprovantes de movimentações financeiras suspeitas;
Indícios de ligação direta com facções criminosas, como o Comando Vermelho, apontado como destinatário da droga.
Sim - e muito. Embora Leonardo afirme que apenas transportava drogas para saldar uma dívida de R$ 3 mil, as provas extraídas do celular podem mostrar que ele tinha um papel mais ativo ou frequente no esquema. Isso pode:
Agravá-lo de mero transportador a colaborador direto de facção criminosa, o que pode elevar sua pena;
Colocar em xeque a versão de que não conhece os chefes do tráfico;
Ser usado para abrir novas investigações e conectar outros suspeitos à operação, aumentando sua responsabilidade penal.
Se forem encontrados elementos como conversas organizando rotas, valores, códigos e orientações, ou mesmo arquivos ligados a logística ou registros de viagens, a Justiça pode concluir que ele agiu com plena consciência da gravidade do crime e da estrutura criminosa à qual servia.
A investigação vai além da figura do estudante: o foco do DRACO é alcançar os líderes da rede que transporta e distribui drogas entre Maranhão e Piauí. O celular pode ser uma peça central na quebra desse ciclo, expondo conexões com facções, rotas seguras, colaboradores e até agentes públicos envolvidos.
Assim, enquanto Leonardo tenta sustentar a narrativa de um viciado usado como mula, os peritos e investigadores buscam em seu aparelho a prova definitiva de um elo maior com o crime organizado. Se confirmada essa hipótese, o caso pode se tornar um dos principais alvos de repressão ao tráfico regional em 2025.
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