Se você acha que o mercado de picapes no Brasil já é caro, prepare-se para ficar ainda mais indignado. A Nissan, em parceria com sua divisão chinesa Zhengzhou, acaba de lançar no mercado chinês a Frontier Z9 híbrida plug-in (PHEV) — uma picape com visual imponente, desempenho de esportivo e recheada de tecnologia, por um preço quatro vezes menor que o praticado no Brasil.
A nova versão, batizada de Z9 GE PHEV, une um motor 1.5 turbo a gasolina com um motor elétrico, entregando até 429 cv de potência e brutais 81 kgfm de torque. A transmissão automática foi desenvolvida exclusivamente para operar em conjunto com o sistema híbrido, e há versões com tração traseira ou integral.
A autonomia elétrica também impressiona:
60 km com bateria de 17 kWh
Até 135 km com a bateria de 32,85 kWh (ciclo NEDC)
Tudo isso em uma carroceria robusta de 5,49 metros, com cabine dupla e caçamba de 1,52 metro — medidas que colocam a Z9 no mesmo porte das picapes médias mais vendidas do Brasil.
Mesmo na versão de entrada, a Z9 já oferece:
Painel digital de 10,25"
Central multimídia de 12,8"
Interior moderno, com acabamento acima da média
Nas versões topo de linha, o pacote é digno de SUV premium:
Tela de 14,6"
Bancos de couro Nappa com aquecimento, ventilação e massagem
Sistema de som com 12 alto-falantes
Tudo isso por preços que partem de US$ 21.800 (cerca de R$ 123 mil) e chegam a US$ 30.500 (R$ 172 mil) na versão mais completa. Já a Z9 com motor diesel e câmbio manual pode ser comprada por US$ 16.600 (R$ 93 mil). Isso mesmo: menos da metade de uma picape básica vendida no Brasil.
Produção em escala e mão de obra mais barata
Subsídios estatais e impostos reduzidos na China
Cadeia de suprimentos integrada e nacionalizada
Inexistência das altas cargas tributárias brasileiras (IPI, ICMS, PIS/Cofins, taxa de importação etc.)
No Brasil, além da carga tributária, temos uma estrutura de mercado que penaliza o consumidor com preços inflados, poucas opções e margens altas para montadoras e concessionárias.
A Frontier híbrida chinesa é mais do que uma nova opção — é um divisor de águas no setor automotivo. Com o ocidente desacelerando os incentivos aos veículos eletrificados e entregando versões básicas, caras e mal equipadas, a China mostra que é possível entregar desempenho, tecnologia e eletrificação por menos.
E se esse modelo for exportado em larga escala, o mercado mundial — incluindo o brasileiro — não terá como continuar justificando preços tão altos por tão pouco carro.
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