A “carta na manga” da Toyota para enfrentar o avanço dos carros 100% elétricos não é uma aposta radical na eletrificação total, mas sim uma nova geração de motores híbridos altamente eficientes, com capacidade para usar combustíveis alternativos e neutros em carbono, como hidrogênio líquido, combustíveis sintéticos e biocombustíveis. Isso representa uma alternativa viável e pragmática à eletrificação total, que ainda enfrenta sérios desafios técnicos, econômicos e ambientais.
O destaque vai para os novos motores 1.5 e 2.0 híbridos, que:
Têm eficiência térmica de até 40%;
São menores, mais leves e mais potentes;
São projetados para funcionar com diversos combustíveis, inclusive hidrogênio líquido;
Serão acoplados a sistemas híbridos, com o objetivo de reduzir consumo e emissões.
O 1.5 turbo será uma solução para carros compactos e leves (como o futuro Yaris Cross), enquanto o 2.0 turbo híbrido substituirá motores maiores (como o 2.4) com 30% mais desempenho e menor volume.
Sim, mas não tão rapidamente ou eficientemente quanto o esperado:
Carros elétricos puros (BEVs) ainda enfrentam obstáculos como:
Altos custos;
Tempo de recarga;
Limitações de autonomia;
Dependência de matérias-primas críticas (como lítio e cobalto);
Impacto ambiental da produção de baterias.
Por isso, Toyota, Mazda e Subaru optaram por híbridos de nova geração e motores flexíveis, que diminuem a emissão de carbono sem abrir mão da combustão.
A Toyota propõe o que chama de “hibridização avançada com combustíveis sustentáveis”, ou seja:
Motores a combustão mais eficientes;
Uso de biocombustíveis, e-combustíveis e hidrogênio líquido;
Sistemas híbridos inteligentes com IA embarcada;
Estrutura mecânica otimizada para menor peso e melhor aerodinâmica.
Essa abordagem é tecnologicamente flexível, escalável e mais acessível para mercados emergentes, como o Brasil.
Motores 1.5 e 2.0 híbridos começarão a ser produzidos no Japão entre 2025 e 2026;
A expectativa é que estejam disponíveis em modelos globais como o Corolla e o Corolla Cross a partir de 2026/2027;
A produção brasileira ainda não foi confirmada, mas com o programa Mover do governo federal, que incentiva veículos mais limpos, a chegada é muito provável.
A Toyota evita o "tudo ou nada" da eletrificação pura e aposta em um modelo tecnológico mais inclusivo e adaptável. Essa abordagem pode:
Reduzir as emissões sem quebrar a cadeia produtiva atual;
Ser mais acessível economicamente;
Atender às diversas realidades regionais e aos prazos das novas legislações ambientais (como o Euro 7, de 2028).
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