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Polícia PALHAÇA DO CRIME

Blogueira “Arlequina” é presa em Timon por envolvimento com facção criminosa no Piauí

Erika Carollyne, conhecida como Arlequina PRT 01, é a 12ª mulher capturada pela Operação Faixa Rosa; ela atuava no tráfico de drogas e aplicava punições em nome do “Tribunal do Crime”

05/05/2025 às 19h05
Por: Douglas Ferreira
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Arlequina tinha participação ativa nos crimes praticados pela facção - Foto: Reprodução
Arlequina tinha participação ativa nos crimes praticados pela facção - Foto: Reprodução

A força-tarefa da Operação Faixa Rosa, conduzida pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), prendeu nesta segunda-feira (5), em Timon (MA), a blogueira Erika Carollyne Costa Araújo, mais conhecida como Arlequina PRT 01, suspeita de integrar uma facção criminosa com atuação interestadual. Ela é a 12ª mulher capturada na operação que desmantela o núcleo feminino do crime organizado no Piauí.

Erika, natural do município de Porto (PI), havia se mudado para Teresina, onde foi cooptada por uma facção criminosa. Ao saber que era alvo da operação, fugiu para Timon, mas foi localizada e presa sem resistência, após ser monitorada pelos agentes do Draco.

A prisão é preventiva, e segundo o delegado Charles Pessoa, coordenador da operação, a blogueira não era apenas uma figura midiática envolvida com o crime:

“Ela estava atuando diretamente no tráfico de entorpecentes e também participava de punições aplicadas pelo chamado Tribunal do Crime, voltadas até contra outras mulheres”, afirmou.

Erika já havia sido presa anteriormente por tráfico e, em novo depoimento, confessou seu envolvimento com a facção.

A Operação Faixa Rosa, deflagrada na última quarta-feira (30), tem como alvos 15 mulheres acusadas de integrar facções. Até o momento, 12 já foram presas. Os mandados de prisão e busca foram cumpridos nas zonas Sul e Sudeste de Teresina, além de cidades como Demerval Lobão, Nazária e Timon.

As investigações revelam que essas mulheres não atuavam apenas como “mulas” ou “laranjas”, mas ocupavam funções estratégicas dentro da estrutura criminosa: planejamento logístico, recrutamento, controle financeiro, organização de julgamentos internos e disseminação de ordens via redes sociais.

Entre as provas, a perícia digital identificou um grupo de WhatsApp chamado “A luta não para”, usado para coordenar ações, registrar cadastros de integrantes e aplicar sanções disciplinares. Também foi encontrado um estatuto interno da facção, que reforça a estrutura hierárquica e organizada dessas criminosas.

Com 3 alvos ainda foragidos, o Draco segue com diligências para concluir a operação. A prisão de Arlequina reforça a tese de que o crime organizado tem rostos e funções cada vez mais diversificadas, inclusive femininas, e que o combate a essas redes exige inteligência e ação contínua.

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