José Eduardo Ometto Pavan, 69, e Rosana Ferrari, 61, formavam um casal conhecido e respeitado em Araraquara (SP). Ele, empresário rural e herdeiro de uma família tradicional no ramo sucroalcooleiro; ela, diretora do Educandário da Criança, escola referência em educação infantil na cidade. Juntos, levavam uma vida marcada por trabalho, tradição e vínculos comunitários sólidos.
Ambos foram encontrados mortos com marcas de tiros em sua caminhonete, estacionada em frente à casa-sede do sítio da família, na Serra de São Pedro. Rosana estava na caçamba, com as mãos amarradas e o capô fechado. José Eduardo estava no banco dianteiro, também alvejado.
A Polícia Militar foi acionada após vizinhos estranharem a ausência de movimento no local e a caminhonete parada por horas. Ao vasculharem a área, encontraram os corpos do casal no veículo.
Rosana: tiro no lado esquerdo do peito, mãos amarradas.
José Eduardo: dois tiros no peito, dentro da cabine do carro.
A cena aponta para uma execução planejada e cruel, com a frieza de quem quis garantir que ninguém escapasse.
As primeiras investigações indicam que celulares e carteiras das vítimas foram levados, o que reforça a hipótese de latrocínio (roubo com consequência morte).
Segundo familiares, Rosana usava um modelo de celular de alto valor, o que pode ter chamado atenção dos criminosos. Documentos também desapareceram.
A Polícia Científica fez perícia na casa e no veículo, mas ainda não divulgou se há sinais de arrombamento, luta corporal ou outras evidências mais contundentes.
Até o momento, nenhum suspeito foi preso. A investigação segue sob responsabilidade do Departamento de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, que trabalha com duas principais linhas:
Latrocínio, considerando os pertences levados e o grau de violência.
Execução premeditada, possivelmente com envolvimento de alguém próximo ou que conhecia a rotina do casal.
O fato de os corpos terem sido colocados na caminhonete e deixados à vista pode ter sido uma tentativa de dificultar a apuração ou de passar um recado.
A morte de José Eduardo e Rosana provocou comoção em Araraquara. A Prefeitura emitiu nota de pesar, e o Educandário suspendeu as aulas por dois dias. Ex-alunos, pais e educadores se manifestaram nas redes sociais em luto.
O casal era muito querido. Rosana, em especial, foi lembrada como uma gestora comprometida com a formação humana e afetiva das crianças. José Eduardo, embora mais discreto, mantinha forte presença no setor rural e era ligado a uma família com histórico político e empresarial de peso.
O velório dos dois acontece no Cemitério São Bento, em Araraquara, com a presença de amigos, familiares e autoridades locais.
Enquanto isso, cresce a pressão sobre a polícia para uma resposta rápida. A possibilidade de o crime ter sido cometido por criminosos experientes ou com conhecimento da rotina das vítimas eleva o grau de complexidade do caso.
A repercussão do crime já ultrapassa os limites de Araraquara e São Pedro - e o caso pode ganhar força estadual se as investigações apontarem para uma organização maior ou conexões políticas e patrimoniais.
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