É simplesmente macabro, bárbaro, apavorante, assustador. O grau de crueldade com que se mata hoje no Brasil é de uma frieza inimaginável. É como se a raça humana tivesse perdido sua humanidade, como se o sentimento de compaixão estivesse desaparecendo. Afinal, é essa humanidade que nos separa, nos diferencia dos brutos e dos animais ferozes. Mas, diante de crimes como este, será que ainda podemos dizer que somos civilizados?
A cada dia, o noticiário nos choca com cenas de horror, mas sempre há algo que parece ultrapassar os limites do inimaginável. Agora, a notícia vem de Belo Horizonte. Clara Maria, uma jovem de apenas 21 anos, cheia de sonhos e planos, foi brutalmente assassinada. Seu corpo foi encontrado sem vida, enterrado em cimento e argamassa, como se sua existência pudesse ser apagada de forma cruel e desumana.
Que tipo de pessoa tem a frieza de matar alguém e concretar o corpo? Como se despir tanto da empatia, da compaixão, da mínima noção de dignidade humana? Quem pode cometer um ato desses e continuar respirando como se nada tivesse acontecido? E mais angustiante ainda: Clara foi morta antes ou morreu ao ser concretada?
Ela não era apenas um nome no noticiário. Clara Maria era uma jovem trabalhadora, cheia de vida. Atuava como assistente de cozinha em uma padaria de Belo Horizonte, onde colegas a descrevem como dedicada, solícita, cheia de sonhos e ansiosa por crescer profissionalmente. Mas sua vida foi brutalmente interrompida. Além do trabalho, Clara era apaixonada por skate e tinha um amor incondicional por gatos, seres que, assim como ela, carregavam uma doçura e uma inocência que agora foram silenciadas.
A tragédia de Clara se soma a tantas outras que parecem cada vez mais frequentes, e a pergunta que fica é: até quando? Até quando vamos nos acostumar com a barbárie? Até quando a impunidade permitirá que monstros caminhem entre nós sem medo da justiça?
A Polícia Civil investiga o caso. Três suspeitos foram presos, mas a apreensão da sociedade é inevitável. Quem são esses homens? Qual a motivação para um crime tão hediondo? Eles já tinham passagens pela polícia? Serão punidos ou, como tantas vezes acontece, serão soltos em uma audiência de custódia?
Amigos e familiares estão destroçados. Nas redes sociais, mensagens de despedida e pedidos de justiça se multiplicam. "Você era uma pessoa incrível, iluminada, trabalhadora, honesta... Vai deixar muita saudade", lamentou uma seguidora. Uma amiga gravou um vídeo emocionado, dizendo que Clara era como uma irmã para ela e que jamais aceitará o que aconteceu.
A dor de quem perde alguém assim é irreparável. Mas a dor de uma sociedade que assiste a essa brutalidade se tornar rotina é ainda mais devastadora. Não podemos normalizar o horror. Clara Maria precisa de justiça. E nós, como sociedade, precisamos de respostas. Caso contrário, a violência continuará a nos assombrar, enterrando não apenas vítimas, mas também a nossa própria humanidade.
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