Por décadas, Água Branca, situada na região do Médio Parnaíba, foi sinônimo de tranquilidade. No entanto, a realidade da cidade mudou drasticamente nos últimos anos. O que antes era uma comunidade pacata, onde todos se conheciam, agora está mergulhada em um cenário de violência desenfreada, impulsionada pelo narcotráfico e pela guerra entre facções criminosas.
Nos últimos cinco dias, dois homicídios brutais chocaram os moradores e acenderam um alerta sobre a escalada da criminalidade. As vítimas, conhecidas como "De Menor" e "De Acerola", foram executadas a tiros em ataques que carregam características de acerto de contas.
O crime mais recente aconteceu na noite desta quarta-feira (12), por volta das 20h40. Danilo Alves da Silva, de 27 anos, mais conhecido como "De Acerola", foi assassinado a tiros dentro de sua própria residência, localizada na Avenida Hugo Napoleão, no bairro Poeirão.
Segundo informações da Polícia Militar, dois suspeitos, ainda não identificados, chegaram ao local em uma motocicleta Honda Pop 100, de cor branca, e abriram fogo contra a vítima, que morreu imediatamente. Danilo já tinha passagens pela polícia e estava em uma cadeira de rodas devido a um tiro anterior que o atingiu nas costas.
Após o ataque, os criminosos fugiram sem deixar pistas. A Polícia Militar isolou a área até a chegada da Polícia Civil, que realizou a perícia no local. O Instituto de Medicina Legal (IML) foi acionado para remover o corpo.
O assassinato de Danilo ocorreu apenas cinco dias depois de outro crime brutal. No último sábado (8), um jovem de 23 anos, identificado como Carlos Eduardo de Sousa Silva, conhecido como "De Menor", foi executado a tiros em um bar no bairro Mangal, também na região do bairro Poeirão.
Testemunhas relataram que dois homens de jaqueta e capacete chegaram ao local em uma motocicleta, se aproximaram da vítima e dispararam diversas vezes. Além de "De Menor", outros dois jovens foram atingidos pelos tiros e socorridos com vida ao Hospital Senador Dirceu Mendes Arcoverde.
A cena do crime foi marcada pela brutalidade: cerca de 20 disparos foram efetuados. Assim como no caso de Danilo, os criminosos fugiram e, até o momento, ninguém foi preso.
A cidade vive uma transformação assustadora. Antes pacata, agora se vê tomada pelo medo e pela violência imposta por facções criminosas. O aumento no número de homicídios indica que o município se tornou um novo campo de batalha na disputa pelo tráfico de drogas.
O envolvimento das vítimas com o crime levanta a possibilidade de que os assassinatos sejam parte de uma guerra entre grupos rivais. A Polícia Civil investiga se há conexão entre os casos e busca identificar os responsáveis pelos ataques.
Enquanto isso, a população vive sob o impacto da criminalidade crescente. O que antes era um refúgio de tranquilidade agora se tornou um cenário de insegurança e impunidade. Até quando Água Branca permanecerá refém do terror imposto pelo narcotráfico?
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