O narcotráfico tem alastrado sua influência por diversas instituições no Nordeste, e o Piauí não é exceção. Suspeitas de vereadores financiados pelo crime organizado, advogados envolvidos até o pescoço com facções criminosas e políticos fornecendo suporte ou até mesmo drogas para o tráfico são cada vez mais frequentes. O caso mais recente envolve o ex-prefeito de Sebastião Barros, Nivaldo Roberto, preso por manter uma extensa plantação de maconha.
A prisão ocorreu durante uma operação desencadeada pelo Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI) na manhã deste sábado (08), quando as autoridades localizaram uma plantação de três hectares de maconha em uma propriedade pertencente ao ex-prefeito. Segundo as forças de segurança, a produção estimada dessa lavoura seria de aproximadamente 13 toneladas de droga.
A investigação aponta que a propriedade estava sendo utilizada para o cultivo e comercialização da substância, com estrutura montada para o beneficiamento do entorpecente. Na ação, além da erradicação da lavoura, foram apreendidos um rifle calibre .22 e outros materiais utilizados na operação do tráfico.
Quatro pessoas foram detidas na operação, entre elas o ex-prefeito e uma mulher, supostamente sua esposa. Os detidos são naturais dos Estados do Maranhão, Piauí e Pernambuco, evidenciando a abrangência interestadual do esquema criminoso.
O comandante do BEPI, tenente-coronel Alves, confirmou a prisão e destacou que este já é o terceiro plantio de maconha descoberto e desarticulado apenas neste ano no Piauí. A cooperação entre as forças de segurança do Piauí e da Bahia foi fundamental para o sucesso da operação.
O caso levanta sérios questionamentos sobre o que leva uma liderança política a se envolver no submundo do tráfico de drogas. Seria ganância? Atração pelo dinheiro fácil? Sensção de impunidade? Pressão de facções criminosas?
Fato é que esse episódio reforça a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa sobre figuras públicas e de medidas mais duras contra a infiltração do crime organizado na política. O combate ao tráfico de drogas não pode se restringir apenas às facções criminosas, mas deve se estender a todos aqueles que, de alguma forma, facilitam e lucram com essa atividade ilícita.
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