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Educação CORTE DE VERBAS

Universidades federais têm menos verba com Lula do que nos governos Temer e Bolsonaro

Gastos com custeio, obras e manutenção seguem abaixo do nível pré-pandemia, apesar do aumento no orçamento total

26/05/2025 às 08h54 Atualizada em 29/05/2025 às 08h46
Por: Wagner Albuquerque
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Foto: Reprodução
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Apesar do discurso de recomposição orçamentária, as universidades federais seguem operando com recursos abaixo dos patamares registrados antes da pandemia. Levantamento do centro de estudos SoU_Ciência mostra que os valores destinados ao funcionamento básico — como contas, limpeza, manutenção e insumos — continuam inferiores aos dos governos Temer e Bolsonaro, entre 2016 e 2019, mesmo após os reajustes realizados em 2023 e 2024.

O orçamento total das universidades tem aumentado, mas puxado principalmente pelo pagamento de auxílios a servidores, como alimentação e transporte. Quando esses benefícios são excluídos da conta, o que resta para a manutenção das instituições é ainda menor do que há cinco ou seis anos, mesmo com a inflação corrigida. Em 2024, o valor para infraestrutura, obras e compra de equipamentos atingiu apenas R$ 162 milhões, o segundo menor desde 2000 — mesmo com o aumento no número de universidades federais, que passou de 52 em 2002 para 69 atualmente.

O Ministério da Educação alega que a redução drástica no orçamento entre 2016 e 2022 ainda impacta a situação atual. Dados do MEC indicam que, após uma queda acentuada durante a pandemia, houve recuperação parcial em 2023, quando os gastos discricionários chegaram a R$ 5,2 bilhões. Porém, em 2024, houve novo recuo para R$ 5 bilhões. O ministro Camilo Santana anunciou um reforço de R$ 400 milhões em junho, mas diversas reitorias ainda relatam dificuldades para pagar contas básicas e recorrem ao contingenciamento.

A crise atinge diretamente a estrutura física das instituições. A UFRJ, por exemplo, enfrenta falta de recursos para reformas e chegou a cancelar aulas em prédios deteriorados. Embora o governo Lula tenha anunciado um pacote de R$ 5,5 bilhões após a greve da educação, apenas R$ 250 milhões são recursos novos. Já os investimentos em assistência estudantil, como transporte e alimentação, mostram leve recuperação, mas seguem abaixo dos níveis praticados antes da pandemia. O MEC promete reforço no orçamento das universidades para 2025, após cortes aprovados na Lei Orçamentária Anual.

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