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Nordeste CRIME DE STALKING

Influencer de conteúdo adulto é presa por perseguição e chantagem contra policial militar em Caxias

Caso envolvendo Valquíria Lima Gomes repercute fortemente no Maranhão e levanta alerta sobre crimes digitais e assédio virtual

14/05/2025 às 16h21 Atualizada em 14/05/2025 às 19h15
Por: Douglas Ferreira
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Valquíria Gomes teve a prisão convertida em medidas cautelares depois que alegou suspeitar que está grávida - Foto: Reprodução
Valquíria Gomes teve a prisão convertida em medidas cautelares depois que alegou suspeitar que está grávida - Foto: Reprodução

Ainda repercute bastante em Caxias, no interior do Maranhão - e também em diversas cidades do Estado - o caso envolvendo uma jovem influenciadora digital, de boa aparência e produtora de conteúdo adulto, que foi presa sob graves acusações feitas pelo policial militar da cidade, Douglas Anthony. Valquíria Lima Gomes, conhecida nas redes sociais por seu conteúdo sensual, foi presa preventivamente nesta segunda-feira (12/5) após ser denunciada por perseguição, chantagem, tentativa de extorsão, injúria, calúnia, difamação e crimes contra a honra.

Segundo informações da Polícia Civil, a prisão ocorreu no Residencial Santa Teresinha, na residência do irmão da suspeita, onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão. A investigação foi iniciada após o policial militar, que teve um breve relacionamento com Valquíria, procurar as autoridades e relatar uma série de condutas abusivas e criminosas que teria começado após o término do envolvimento entre eles.

De acordo com a vítima, a influencer passou a persegui-lo, enviando mensagens ameaçadoras e espalhando informações falsas nas redes sociais, com o objetivo de difamar sua imagem pública e profissional. O policial também afirmou que foi chantageado com a ameaça de exposição pública de supostos conteúdos íntimos manipulados, o que agravou ainda mais a situação.

O inquérito policial continua mesmo com substituição da prisão por cautelares - Foto: Reprodução

Stalking

Valquíria Lima teria incorrido do crime de stalking. A pena para o crime de stalking (perseguição) no Brasil é de reclusão de 6 meses a 2 anos, e multa. No entanto, essa pena pode ser aumentada em metade - em algumas situações  como quando o crime é cometido contra criança, adolescente, idoso ou mulher por razões de sexo, ou quando há concurso de duas ou mais pessoas ou emprego de arma.

A pena para o crime de stalking (perseguição) no Brasil é de reclusão de 6 meses a 2 anos, e multa. No entanto, essa pena pode ser aumentada em metade em algumas situações, como quando o crime é cometido contra criança, adolescente, idoso ou mulher por razões de sexo, ou quando há concurso de duas ou mais pessoas ou emprego de arma.

Manipulação de provas e novas vítimas

As acusações apontam que Valquíria utilizou recursos digitais para adulterar imagens e mensagens, de forma a sustentar as mentiras e pressionar o ex-companheiro. A polícia informou que o celular da suspeita foi apreendido e que, durante a perícia, surgiram indícios de que outras pessoas também possam ter sido vítimas de práticas semelhantes. Novas investigações foram abertas para apurar se há mais envolvidos ou vítimas no caso.

Fontes ligadas à investigação revelaram que a influenciadora já teria utilizado as mesmas estratégias com outros homens, sempre com o intuito de obter vantagens financeiras ou retaliação emocional. Com a análise dos dispositivos apreendidos, a Polícia Civil espera identificar a extensão das ações e colher provas para subsidiar possíveis novos processos criminais.

O militar Douglas Anthony é a vítima de Valquíria Gomes que denunciou o caso de crime de stalking - Foto: Reprodução

Situação processual

Valquíria Lima Gomes permaneceu sob custódia do Estado, mas nesta terça-feira, 13, foi libertada. Ela teve a prisão substituída por medidas cautelares após alegar suspeita de gravidez. Até o momento, a suspeita não se pronunciou oficialmente sobre as acusações. Seus perfis nas redes sociais foram colocados em modo privado ou desativados temporariamente.

A Polícia Civil e o Ministério Público acompanham o caso de perto, e a expectativa é de que novas informações venham à tona nos próximos dias. O caso serve de alerta para a crescente incidência de crimes praticados no ambiente virtual e reforça a importância de denunciar abusos, mesmo quando eles envolvem figuras públicas ou com grande exposição nas redes.

O episódio também reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e crimes contra a honra, especialmente no meio digital, onde a disseminação de informações falsas pode ter consequências devastadoras para a vida pessoal e profissional das vítimas.

O caso segue em investigação e o inquérito tramita em sigilo para preservar a identidade de possíveis outras vítimas.

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