Tribunal do crime vira prática comum em Teresina com execuções brutais de rivais e suspeitos de traição

O tribunal do crime, prática em que facções criminosas sequestram, julgam e executam aqueles que consideram traidores ou rivais, tem se tornado cada vez mais comum no Piauí, especialmente em Teresina. A brutalidade dessas execuções aumenta o clima de medo entre a população e desafia as autoridades. O caso mais recente ocorreu no bairro Três Andares, onde um homem foi encontrado morto em um grotão com marcas de agressão e parcialmente queimado, após ser submetido a uma sessão de tortura.

julgado e executado por facção

As investigações preliminares apontam que a vítima, ainda não identificada formalmente, foi abordada na saída de um baile de reggae na zona sul de Teresina. O local é um conhecido reduto do Bonde dos 40, uma das principais facções criminosas do estado. Ao ser reconhecido por membros do grupo, ele foi acusado de ser informante do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Mesmo negando qualquer ligação com a organização rival, seu celular foi confiscado pelos criminosos, que encontraram mensagens suspeitas. O conteúdo das conversas reforçou a suspeita de traição, despertando a fúria dos acusados, que decidiram aplicar a "justiça" da facção.

tortura e morte brutal

A vítima foi submetida a uma sessão de espancamento com objetos contundentes, principalmente na região do rosto, antes de ser levada para um grotão próximo à Avenida Celso Pinheiro. Lá, foi morta e teve parte do corpo incendiada.

O cadáver foi encontrado dois dias depois, já em estado de decomposição. Moradores da região acionaram a polícia, que isolou a área e iniciou os trabalhos periciais.

autoridades investigam suspeitos

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) identificou pelo menos três suspeitos de envolvimento no crime. As investigações agora se concentram na coleta de provas que confirmem a participação dos acusados.

A crescente atuação dos tribunais do crime preocupa autoridades de segurança pública, que enfrentam desafios para conter o avanço das facções. A polícia reforça que denúncias anônimas podem ajudar a capturar os responsáveis e combater essa escalada de violência que tem se espalhado pela capital piauiense.