A presença feminina no empresariado cearense cresceu significativamente no início de 2025. Dados da Junta Comercial do Ceará (Jucec) revelam que, no primeiro bimestre do ano, 12.371 empresas foram abertas tendo mulheres entre as sócias, um salto de 65,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando 7.459 empresas foram registradas com participação feminina.
O setor de serviços lidera o ranking das novas empresas com mulheres no quadro societário, somando 7.836 estabelecimentos. O comércio aparece em seguida, com 3.597 negócios, e a indústria, tradicionalmente menos acessível às mulheres, contabiliza 936 novas empresas.
Para Eduardo Jereissati, presidente da Jucec, esse avanço é resultado de um esforço institucional para facilitar o registro de empresas e fomentar o empreendedorismo. “A Jucec tem se empenhado em oferecer cada vez mais suporte para todos que desejam empreender. Esse aumento na participação feminina em quadros societários é um sinal claro de que estamos no caminho certo”, afirma.
Mais mulheres no mercado, mas desigualdades persistem
O crescimento do empreendedorismo feminino ocorre em um contexto de melhoria nas condições de trabalho para as mulheres. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), analisada pelo Observatório de Políticas Públicas do Trabalho no Ceará, a taxa de desocupação feminina recuou para 7,7% no quarto trimestre de 2024, a menor desde 2019 para esse período.
Atualmente, a força de trabalho feminina no Ceará soma 1,682 milhão de trabalhadoras, das quais 1,552 milhão estão empregadas, sendo 770 mil formalmente registradas. Esse avanço reflete uma maior inclusão, mas também evidencia que a informalidade ainda é um desafio.
No Piauí, mulheres ainda são minoria no comando dos negócios
Embora as mulheres representem 52% da população piauiense, sua presença no empresariado ainda é reduzida. Dados do Sebrae e do IBGE apontam que apenas 36% dos proprietários de negócios no estado são mulheres, enquanto os homens dominam 64% do setor empresarial.
Para mudar esse cenário, o Sebrae/PI tem investido em iniciativas para incentivar o empreendedorismo feminino. Ao longo das duas últimas décadas o Sebrae/PI tem buscado disseminar o empreendedorismo como alternativa de renda e realização pessoal e profissional, incentivando que mais mulheres invistam em pequenos negócios para que mais tarde possam se tornar grandes empresas.
Desafios e perspectivas
Apesar do crescimento expressivo da participação feminina no empresariado, ainda há desafios estruturais a serem enfrentados. Barreiras culturais, dificuldades no acesso a crédito e a persistente desigualdade de oportunidades são entraves que limitam o pleno potencial das mulheres no mundo dos negócios.
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a ascensão feminina no empresariado deve ser celebrada, mas também encarada como um ponto de partida para que a igualdade de gênero no mundo dos negócios seja, de fato, uma realidade e não apenas uma tendência passageira.
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